terça-feira, 30 de dezembro de 2008

RETRATO DA SOLIDÃO


Olho no espelho,
procuro mas não vejo
a imagem perfeita que gostaria que existisse.
Vejo-me como se fosse uma alma sem destino,
sem lar,
sem luz,
sem espaço e sem prosperidade.

Lá vou eu
pelos caminhos da minha existência
a procura de um berço aconchegante
onde eu possa estirar os olhos
e não encontrar o eu melancólico,
escuro,
cercado pelas muralhas da solidão
e conseguisse ver um eu metamorfósico,
colorido,
as portas da prosperidade e da felicidade.

Ao meu redor,
figuras insolentes,
desesperadoras e barulhentas,
mecanizadas,
movidas à energia e as substancia venenosa
que afetam e agridem meu ego
tão sensível e solidário.

Entre passista da ponte,
encontro-me rodeado de figuras estranhas
e indesejáveis.
Falta você...
onde esta você?
Onde andarás?...

Encontro-me no núcleo central
de um prédio da zona sul
são inúmeros indivíduos ao meu redor,
mas aquilo que vinha a ser o meu desejo de ver,
de aparecer diante dos meus olhos,
tornava-se cada vez mais distante
que nunca a minha fértil imaginação
seria capaz de medir ao menos que fosse
a distância possível em relação à imagem
que minha visão gostaria de encontrar.

Eu era
naquela cidade grande
um eterno eu
a procura de um tu
que nunca se manifestava.


Francisco de Assis Sousa

2 comentários:

Anônimo disse...

Este texto é o melhor do autor, já li alguns dele, mas este fala da sua própria solidão como pessoa que esta a uma procura não do amor, mas de sua própria identidade social.
A frase a procura de um tu, ele fala de si mesmo, mas ao final do livro percebe-se que o autor encontrou o que procurava, sua própria identidade como um ser.

Zé Carlos disse...

Myrian, lindo demais seu Blog. Puxou a autora e poeta...
Um lindo início de ano para ti... obrigado por estar aqui perto durante este que passou.
Não desapareça....
Bjs do ZC

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PARA ONDE VOU?


Pra onde vou?
não sei
e por que as pessoas precisam saber
para onde vão?
eu vou pra qualquer lugar
vou por aí,onde quer que haja uma flor,uma estrela,um pedaço de nuvem..
onde quer que haja alguém
que saiba ler dentro de mim
que não saiba de onde vim
nem me faça perguntas... para onde vou?
vou pra qualquer lugar
onde haja sorrisos
e lagos serenos
campos de alfazema
beiras de narcisos...
se queres vir comigosó te peço silêncio
não espante as borboletas do caminho
e não perguntes nunca
para onde estou indo...


MARIZA ALENCASTRO

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