sábado, 27 de março de 2010

Dores Internas




Caro amigo, a maioria dos meus contos eu escrevo com o coração, mas alguns eu tiro da imaginação que todo escritor tem, escrevo um pouco da minha verdade real, outro daquela que eu gostaria e muito das mentiras que nunca serão verdades.


Se alguma encaixa em você com certeza é porque de tudo o que se lê, um pouco da carapuça é verdade.


Começo escrevendo assim para falar da perda, do luto virtual, da tristeza em geral.


Dizem que a lágrima é uma gota que transborda da alma de quem está triste, ela cai pelo lado interno porque é a parte que mais sente a dor.


Tive perdas reais, não de mortes reais, mas da morte da amizade, das perdas da amizade reais, ao longo dos anos.


Amigas que perdi contato, amigas que perdi a confiança, amigos que foram embora para sempre.


Meu amigo virtual morreu.


Tenho saudades das tardes que conversava ora na varanda, ora na sacada, sobre a existência da vida; ou dos encontros furtivos à noite quando nossa imaginação permitia das mensagens online, presentes reais.


A morte nos leva a indagar se somos importantes de fato a alguém.


O que resta depois?


Lembranças?


Saudades?


Ou apenas a lágrima que cai silenciosamente?


Quando escrevo sobre essas perdas, e olhe que sempre escrevo é porque ela ainda dói e sinto a falta da presença do ser que se foi.


Mesmo que tenha sido sofrido, mesmo que tenha sido com dores, porque em algum momento, em algum ponto da vida estas pessoas, virtuais ou reais me fizeram chorar de alegria, fizeram que minhas lágrimas caíssem com sorrisos molhando meu rosto de uma forma que eu gargalhasse.


A você que foi embora seja você quem for um dia será apenas uma lembrança.


Um dia nem lágrima cairá, apenas meus olhos descansarão na imensidão do horizonte em encontro ao infinito.

Myrian Benatti

"Desejo tudo e nada: tudo que te faça feliz e nada que te faça sofrer."





A filosofia, para muitos, é vista como algo distante e problemática. Até dizem “ser coisa de louco”; Quem a estuda parece não ficar com a cabeça certa no lugar. Estes são os conceitos dados do conhecimento popular à filosofia e aos que ela estuda. Logo parece que ela apenas se preocupa em mexer com as palavras, discursos e nada de concreto se pode constatar. Este modo de pensar fruto de nosso tempo camufla a verdadeira reflexão que a filosofia pode oferecer. Onde está mesmo a filosofia em nosso saber popular? No dia-a-dia das pessoas?
Certa vez uma pessoa parabenizando a sua amiga, aniversariante do dia, em um programa de rádio, expressava seus sentimentos justamente com esta frase: “Desejo tudo e nada: tudo que te faça feliz e nada que te faça sofrer.” Ora, mas como não admitir que a filosofia não esteja presente no dia-a-dia das pessoas? No entanto, é interessante refletir um pouco sobre esta frase.
Olha! Desejar é um ato de sair de si mesmo. É emprestar um pouco do que se tem e oferecer ao outro. O tudo é a soma das coisas que estão no alcance do outro. É o intermediário entre as duas pessoas em diálogo. O nada, por sua vez, é a ausência do todo, do tudo. Se vamos à casa de uma família carente e perguntamos o que ela tem, naquele dia para comer, dependendo da situação do momento, ela pode responder: não temos nada! Portanto, o nada é, em síntese, a carência de algo para ser preenchido. É o vazio.
O desejar é, então, me lançar para o outro, sendo eu mesmo, mas doando o meu desejo. Ele passa a ser vivido pelo outro que acolhe. Este em uma atitude humilde passa a vivê-lo. Houve, pois, a junção dos desejos, mas não só isso, aquele que recebe também estava vazio porque obrigou em seu recinto o outro, o tudo.
Mas aparentemente pode surgir uma contradição: como pode desejar tudo e, ao mesmo tempo, nada? A resposta deve ser dada na mesma linha de reflexão à cima. O tudo, filosoficamente, não é oposto do nada e o nada não é o contrário do tudo. Porque o tudo é infiltrado no nada, assim como a quentura está penetrada no fogo. O tudo ganha forma dentro do nada, torna-se, contudo, o núcleo do vazio.
O nada na sua atitude passiva espera ser alimentado. É o recipiente que, vazio espera ser preenchido. É a bacia vazia que ao enchê-la dá “forma corporal” à água. Com outras palavras, é como o espelho que reflete a imagem diante de si. Ela penetra no ângulo total do mesmo, mas não consegue preenchê-la completamente, aos lados, porém, permanece o vazio, o nada.
Todavia, na frase há dois adjetivos adverbiais que qualificam o tudo e o nada: “Tudo que te faça feliz”. Pois bem! A felicidade é a plenitude do todo. É a coroa do possuir tudo. Todos os desejos foram realizados, logo se tem tudo. Por outro lado, temos o complemento da frase: “e nada que te faça sofrer”. Como o vazio pode se torna a fonte do sofrimento? Basta olhar para uma pessoa que está tristonha e perguntar o que ela tem? Imediatamente responde ela: nada! Por isso, o nada é o amargo do não possuir o tudo. É não participar da alegria do todo nem da plenitude da felicidade. Por esta razão, se faz necessário desejar a você, caro leitor, “tudo e nada: tudo que te faça feliz e nada que te faça sofrer”, só assim você está emprestando seu nada, seu vazio, para ser preenchido com o tudo das palavras que agora você leu.




* Wagner Carvalho é seminarista na cidade de Teresina - Piauí
a imagem foi pintada por Myrian Benatti

domingo, 7 de março de 2010

A ARTE DE ESTAR SÓ


O estar consigo mesmo é uma arte, uma descoberta, uma aceitação.
A solidão só é dolorida, amarga quando o outro necessita de companhia, estar só e gostar de estar só é aceitar estar em companhia de si mesma.
Ler um livro, arrumar uma gaveta, qualquer atividade que faça em companhia de si na liberdade é uma dádiva.
Aprendi a gostar de ficar comigo mesma.
Tomar um chá, ou um bom café bem quentinho enquanto escrevo, ou mesmo enquanto leio um bom livro.
Caminhei uma longa estrada para conquistar esse sentimento, não da solidão, mas do amor por mim.
Em outros tempos procurava companhia em qualquer canto apenas pra não ficar sozinha, até compreender que eu poderia ser minha melhor amiga.
Também não me tornei uma eremita, tenho bons amigos.
Amigos ainda é a ponte entre a solidão e o amor.




Myrian Benatti

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PARA ONDE VOU?


Pra onde vou?
não sei
e por que as pessoas precisam saber
para onde vão?
eu vou pra qualquer lugar
vou por aí,onde quer que haja uma flor,uma estrela,um pedaço de nuvem..
onde quer que haja alguém
que saiba ler dentro de mim
que não saiba de onde vim
nem me faça perguntas... para onde vou?
vou pra qualquer lugar
onde haja sorrisos
e lagos serenos
campos de alfazema
beiras de narcisos...
se queres vir comigosó te peço silêncio
não espante as borboletas do caminho
e não perguntes nunca
para onde estou indo...


MARIZA ALENCASTRO

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Colorado, Paraná, Brazil
Sou poesia,sou procura, sou ilusão.