sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Senhor Meu Deus


Senhor Meu Deus, não permita que a raiva do outro me contagie.
Senhor ensine-me a ter discernimento em meus atos e palavras.
Meu Deus permita que as lágrimas que eu derrame não sejam apenas de tristeza, mas também de alegrias.
Senhor Meu Deus, permita que meus olhos enxerguem além da visão borrada da desesperança e que eu possa ter braços para estender ao irmão necessitado.
Senhor Meu Deus, permita que meus pés aprendam que na caminhada embora tenha pedregulhos tem muitos caminhos guiados por ti, não deixe que eu esmoreça.
Senhor ensine-me a não ter pré- conceito de algo que eu ainda não entendo.
Senhor me guie na sua fé e permita-me a seguir seus passos.
Senhor mostre apenas a sua luz.




Myrian

domingo, 20 de dezembro de 2009

TODO DIA É UM DIA


Olá amigo, faz um tempo que me esqueci de escrever pra ti, não é por pouco caso, nem por que você não me responde nunca, é porque eu perdi o it, o inicio. Quantas vezes sentei-me aqui e pensei, é hoje que escreverei longas linhas, mas talvez as linhas nem chegue a serem escritas, outras vezes foram apagadas mesmo antes de eu ler para corrigi-las.
Outro dia li algo sobre construir sobrados, e decidi que este ano irei reconstruir meus sobrados destruídos por mim nestes anos.
Meu lema este ano será “todo dia é um dia”, cada dia será o primeiro tijolo, ele fará o alicerce desta casa, deste local que é a minha estrutura emocional.
Este ano foi um ano de espera, você meu amigo sabe do que eu estou falando, neste ano fiquei esperando por migalhas que não vieram. Não vieram, mas me consumiram o pouco que me sobrou.
Você meu amigo sabe quantas vezes eu sentei nos escombros e chorei.
Chorei até perceber que só restou um vazio.
As ilusões que alimentei durante tanto tempo, o que eu pensei que era real o que eu pensei que existia nada mais era do que fumaça vinda de alguma janela.
Até pra escrever está difícil, estou triste não por causa de derrubar sobrados e reconstruir, mas por não conseguir escrever mais.
Estou numa fase sombria da escrita, preciso escrever, sentir os dedos no papel, colocar meus sentimentos na folha, mas, quando penso é como se algo fechasse dentro e não quisesse sair.
Bom amigo hoje é só, nem foi uma carta, foi mais um bilhete pra você saber que ainda estou viva.


Myrian

sábado, 5 de dezembro de 2009

Fragmentos




Chorei algumas primaveras por amor, logo descobri que era mais fácil escrever do que chorar.
Como Carlos Drummond dizia que antes de escrever os poemas é preciso conviver com eles, acho que foi sempre assim comigo, a maioria do que escrevo são sentimentos vividos e sentidos.
A estação do ano (outono) sempre me deixou melancólica, o vento que batia em meu rosto, as árvores que deixavam cair suas pétalas maduras, amareladas, como uma manta no chão entrava em meu mundo como uma tela a ser pintada, uma tela de esperança, não de solidão.
O outono ficou para sempre como uma estação de transformação ou de mudança de estado (re) como se essa palavra (re) permitisse nascerem sentimentos.
Reencontro
Renascimento
Reatar
Redescobrir
Nasci no outono. Nasci literalmente.
Em outros tempos o outono era uma estação que aos meados de abril mostrava os primeiros ventos refrescantes não muito frios. Gostava de sentir esse vento em meu rosto antes de ir à escola, não era ainda um vento gélido como no inverno.
Tudo isso, hoje me leva ao passado.
Outro dia conversando com minha filha que pela primeira vez está sofrendo por amor, eu disse a ela pra não derrubar tantas lágrimas, pra escrever sobre isso que ela está sentindo, disse também que nunca chorei por amor da forma que ela está sofrendo.
Talvez eu tenha me esquecido, os anos passaram tão depressa.
Talvez os amores se perdessem com o tempo.
Talvez eu nunca tenha amado ninguém mesmo, amado no sentido de perder, assim então nunca perdi ninguém.
Já chorei porque perdi amizades.
Uma vez há alguns anos trinquei sentimentos com uma amiga, uma amiga irmã. Ao fazermos as pazes senti-me como alguém que cola uma xícara de porcelana, a marca fica sempre ali. Mas com o passar do tempo nem percebia mais onde estava colado, sabia que era uma xícara mais frágil e precisava de cuidado.
Ainda somos muito amigas, embora more tão longe, ela ainda é minha melhor amiga.
Outro dia tive uma dor profunda, daquelas que dói o peito, que deixa a gente amuada pelos cantos, que faz seu coração se tornar outono.
Perdi um amigo
Perdi um elo
Perdi o elo do meu mundo com o mundo dele, foi tão fragmentado que não houve resgate, não houve a possibilidade da cola, não foi possível um reencontro.


Foi uma perda incomensurável.






Myrian Benatti

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

sentimento


rosto
Upload feito originalmente por Myrianbg
O amor não vê com os olhos, vê com espirito. Por isso tem asas, é cego e tão potente.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

QUEM SOU EU AFINAL?


Quem sou eu afinal?

Depende de como eu me olhar,

Se eu me fitar nos olhos da alma,

Vejo-me como uma menina sapeca,

Que ri das palhaçadas da vida,

Da liberdade,

Dos pássaros na praça comendo migalhas.

Se eu me fitar no espelho,

Verei minhas rugas brotando na minha face,

A tristeza dos anos que não deixa meus olhos brilharem,

O sorriso que antes era maroto e sensual,

Formando sulcos por todos os lábios.

Quem sou eu afinal?

A menina de olhar perdido

Por uma paixão?

Ou a mulher de olhar perdido

Pela falta da paixão pela vida?

Quem sou eu afinal?




Myrian Benatti

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

MEMÓRIAS





Às vezes a saudade me pega olhando fotos,


como pessoa que procura em álbuns antigos,


alguma parte de si mesmo.
Mas a saudade não é às vezes uma busca eterna


de algo que já não nos pertence?
A saudade de um amor.
A saudade de alguém que já se foi
A saudade de quem morreu.
São nas fotos


nas lembranças de papel


e da memória


que deixo meu sorriso repousando


lentamente


enquanto meus olhos adormecem.


Myrian Benatti

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Democracia


A única liberdade que temos, é a do pensamento só ela é democrática...

Qualquer outra liberdade de expressão seja ela falada ou escrita, sempre serve de carapuça a outrem.

No pensamento ninguém lhe manda calar a boca.

Mas também não se põe sonhos em prática.

Só nos resta pagar para ser livre.


(Myrian Benatti)

sábado, 29 de agosto de 2009

A Seca não pede passagem, avança!!!




Estamos no final do mês de agosto e a mata que a chuva vestiu de verde durante os meses de fevereiro, março e abril começa a mudar de cor. Os galhos surgem nus, despidos, cinzentos com algumas folhas, as mais resistentes, penduradas, ressequidas; outras já repousam no solo, adormecidas entre troncos e pedras à espera da mandíbula perspicaz de um caprino para sugá-la e calar a fome nos meses vindouros; outras se transformarão em alimento para a vegetação rasteira brotar na próxima invernada. A aroeira que perde sua coroa fica de braços esticados, cambaleando, como a pedir socorro; do alto, olha o marmeleiro, a catingueira, o bamburral, pelados, entregues ao calor do sol e ao soprar do vento, desprotegidos, com os corpos expostos. De longe, o juazeiro de raízes profundas aparece com a sua melhor roupa, deseja proteger a vizinhança, mas tampouco pode sair do seu lugar, está agarrado demais ao chão. Fica a olhar de forma desconfiada sem poder fazer nada, apenas espera o homem, a cabra, a vaca, o cavalo a se proteger em sua guarita que abraça a todos sem distinção. As poças d’água que se acumularam apoiadas em barrancos que margeiam as estradas também começam a se despedir e vão sumindo, indo embora, pouco a pouco, deixando sem alimento as algas, os peixes que são tragados pelos longos bicos das aves que ficam de espreita esperando o melhor momento para atacá-los e sugar os últimos suspiros de vida que ainda lhes restam. Pouco a pouco, o homem, o gado, assiste a vida adormecer, o Sol mostrar as ‘ventas’, escanchar em suas corcundas e dançar o galope da seca até a chuva voltar.









Francisco de Assis Sousa é professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira no Ensino Fundamental em Vila Nova do Piauí e do Ensino Médio em São Julião-PI

quinta-feira, 30 de julho de 2009

SUBMUNDO


O certo é que quando você desce no submundo
com certeza sai sujo de alguma maneira,
ou na descida, ou na tentativa de sair de lá,
não importa o que você qualifica como submundo,
as más qualidades das amizades,
as suas próprias decisões inadequadas,
as suas atitudes,
o certo é que quando desce
é como se escorregasse pelo fundo mais obscuro
da sua própria alma.



Myrian Benatti

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Selo Dourado


Eu realmente fiquei muito emocionada ao receber este selo...
Meu primeiro em muitos anos de internet.
Embora pareça insignificante para muitos, ele veio em um momento em que eu estava muito triste.
É uma satisfação muito grande e um enorme prazer fazer parte desta rede.
Distinção atribuída a Myrian Benatti, por Shimada Coelho do Alma Nua a quem se agradece este requintado selo..
A mensagem deste "selo":
A cor azul representa paz, profundidade e imensidão.
A cor dourada a sabedoria, riqueza e clareza de idéias.
O prêmio em si representa a união entre os “ bloguistas “.
E como não podia deixar de ser tem as suas regras:
-Colocar o prêmio em situação visível ou linká-lo.
-Anunciar através de um link o blog que o premiou e premiar até outros 15 blogs.
-Avisar os premiados.
Pelo trabalho desenvolvido e partilhado nos seus "cantinhos", os nomeados são:


1- Para Francisco


3- A Casa do Zé Carlos

4- Abrindo janelas

5- Alma Encantada

6- Rosa Pena

7-MommentUs

8- Docemagiamary


10- Jaorish

11- Blog Infantil

terça-feira, 7 de julho de 2009

MIGRAR


Como diz Lya Luft: Um terço do nosso dia transcorremos suando e sofrendo muito além do recomendado em academias: não para ser saudáveis, mas para estar em forma, enquanto a alma passa uma fome danada e o tempo passa, a vida encolhe, nós nos desperdiçamos perseguindo modelos impossíveis e burros.

Assim como fazemos ridículos regimes para emagrecer, fazemos ridículos papéis na vida.
Em nome de um amor chegamos ao ponto mais baixo de nosso âmago, corremos atrás de uma felicidade que não existe, como a estória da borboleta, quanto mais se corre atrás mais ela voa, se ela tiver que ser sua ela pousa em seu ombro, e se você correr muito e agarrar de forma errada correm o risco de sufocar e matar.
Tudo na vida é necessário equilíbrio.
Na saúde, no amor, com os amigos, no trabalho, no dinheiro.
Muito atrapalha, sufoca. Pouco, falta.
Desequilibra.
Está difícil, meu peito dói.
Acho que é meu desequilíbrio hormonal que me deixa assim, uma tristeza imensa.
Perco o sono, mas não a fome.
Perco os amigos, devolvo os presentes, deixo a minha alma sangrando, mas continuo em pé.
Tem um pensamento que gosto meio dito por mim que diz assim: A gente só levanta do chão porque caiu, e se a gente caiu e conseguiu levantar é porque tem forças pra recomeçar. Uso muito para dar força para as pessoas que estão tristes, e sofrendo.
Quando estou triste eu migro, como os pássaros.
Vou para um lugar onde já fui feliz, encontrar amigos que lá deixei. Encontrar a paz, tentar rever no passado algo que me faça não errar tanto no presente.
Fico dias por lá parada, meditando, encarando meus medos e meus fracassos.
Depois revigorada volto a caminhar livremente.
Volto andando para aproveitar a minha liberdade, sentindo a brisa, sorrindo enquanto encontro rostos amigáveis. Não sei se é a brisa ou as lembranças, mas uma lágrima escorre em meu rosto, deixo cair, minha alma precisa chorar...




Myrian Benatti

terça-feira, 30 de junho de 2009

LIVRE...


Gavetas


Existe a morte real

onde o morto é velado,

chorado,

lembrado.

Existe a morte metafórica,

onde as lágrimas,

são mais amargas.

As lembranças jogadas foras,

tudo fica para trás,

nada se constrói.

Na morte real

as lembranças

que ficam

são sempre as mais belas.

Na metafórica,

é necessário

jogar tudo

cada lembrança

é uma dor.

Nas duas mortes

o choro se faz presente

o luto se faz presente,

a dor se faz presente.

Mas como diz os poetas:

A vida continua.

Só é necessário,

limpar as gavetas.




Myrian Benatti

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O tempo


GUILHOTINA




A


guilhotina


tinha


que


cortar


uma


cabeça:






A minha rolou.








Myrian Benatti

sábado, 20 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

terça-feira, 9 de junho de 2009

Dia dos namorados




Dia 12 de junho dia dos namorados, uma data comemorativa, data de presente, data de flores.
Como comemorar o dia dos namorados?
Perguntei a algumas pessoas como será o seu dia?
Um deles respondeu-me que iria passar o dia no motel, só que estas pessoas já dormem juntos, então eu argumentei:-
- Mas vocês já dormem juntos, pq não compram algo de valor com o dinheiro que vão gastar com algo que vocês já praticam , no que ele me respondeu, acontece que é um ritual.
A outro fiz a mesma questão, vão trocar presentes.
Alguns farão um jantar, trocas de juras, presentes, amor eterno.
Perguntei a uma pessoa especial, ele disse que fará uma sopa para comemorar o dia dos namorados com a mulher amada, nada de presente comprado, porque no fundo o dia dos namorados é todo dia.
Existe realmente um só dia dos namorados?
Ou todo dia é dia dos namorados?
Onde fica o romantismo para todos os dias?
Cada data especial precisa ser lembrada com um dia especial, mas e depois, termina?
Mas se eu pensar assim estou deixando de ser romântica? Deixando de ter ilusão?
Tirando a data especial das datas comemorativas estaria eu perdendo a ilusão?
Vou confessar uma coisa. Sempre tive vontade de ter um namorado romântico, daqueles que se lembra de datas de todos os dias especiais, eu sou assim, lembro todas elas, do primeiro beijo, do dia do namoro, e quaisquer sentimentos maiores.
Meu marido não segue as riscas da moda, me presenteia sempre fora das datas, faz dos meus dias todos os dias, dá-me presente inusitado, aos poucos esse seu jeito se transformou em um homem romântico ao seu modo.
Também aprendi a não dar presente apenas pelo dia especifico, dou sempre que vejo algo que lhe agrada, porque para mim agora todos os dias é o dia dos namorados.




Myrian Benatti




Posted by Picasa

um tempo

Posted by Picasa

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Para se roubar um coração


Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto, não se alcança o coração de alguém com pressa. Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado. Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho, requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança. É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade. Para se conquistar um coração definitivamente tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos. Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes, que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago. ...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco. Uma metade de alguém que será guiada por nós e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração. Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria. Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que? Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós. Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava. ... e é assim que se rouba um coração, fácil não? Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então! E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... é porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você. Luís Fernando Veríssimo

sexta-feira, 15 de maio de 2009

PERSONAGEM SEM AUTOR


PERSONAGEM SEM AUTOR

Um “não pisar a cena” dantesco

(Uma composição apenas.)



Quem quer sair de cena

não enfeita a ribalta,

não faz propaganda

nem improvisa caco.


Quem quer sair de cena

tira máscara e maquiagem,

some calado, sem figurino,

abandona o palco e vai.


Quem quer sair de cena

não muda o cenário

nem troca a cortina

ou provoca a platéia.


Quem quer sair de cena

abandona o elenco,

não muda o roteiro,

ignora os aplausos

e sai de cena.


12/12/2007


Vera Sarres

sexta-feira, 1 de maio de 2009

DEFINIÇÃO DE SAUDADES:saudade: é o amor que fica!



Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivencia e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.
Dizem que a dor é quem ensina a gemer. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além.
Descobrimos uma força mágica que nos ergue nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar. No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças.
Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.
Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses".
Só que não os somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado.
É este sentimento que nos impulsiona que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além.
Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses.
Somos forçados a reconhecer nossos limites!
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional.
Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria.
Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim.
Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada por dois longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia.
Mas nunca vi meu anjo fraquejar.
Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano!
Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:- E o que a morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando agente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela:
-Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo:
- E o que a saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio?
Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!
Um anjo passou por mim... Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos nossa transcendência.
Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores. Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo, que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.
Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes. Que bom que existe saudades!
O amor que ficou é eterno.



Artigo do Dr. Rogério Brandão
Médico oncologista clínico
RC Recife Boa Vista D4500

sábado, 25 de abril de 2009

Regras para o meu velório


Hoje um amigo me contou que escreveu seu testamento.

Ontem outro amigo me contou que escreve cartas suicidas.

Anteontem minha sogra me lembrou que quer ser velada com o caixão fechado e a tarefa de não deixar ninguém esquecer é minha.

Com tantas futuras mortes à espreita, lembrei que tenho que organizar meu funeral antes que ele chegue.Meu deus! Que difícil organizar uma festa na qual, apesar de personagem principal, você não passa de um coadjuvante! Mesmo deixando a lista de convidados e as regras da casa, pode ser que todos descumpram tudo e você queira levantar do seu posto para interferir.

Que tal se eu tenho uma pessoa super secreta com quem eu tenho um pacto funerário (?) e não deixam a pessoa entrar na festinha?

Que tal se tem alguém que me fez muito mal, me deixou muito triste e eu a proíbo de chegar a menos de dois metros do meu caixão, e além de estar a dois dedos do meu rosto, ainda derrama lágrimas sobre os meus olhos? Juro que eu cuspo essas lágrimas de volta!Vou tentar então descrever o perfect funeral para não haver erros na hora do show.

There you go!


. Figurino:


É lei!

É imexível!

Passei a vida vestida de preto.

Então é obrigatório que eu esteja de preto.

Se eu engordei, cubram meus quadris e pernas com flores brancas ou vermelhas. Por favor, rosas! Não me venham com flor do campo e crisântemos que eu detesto! Não é um casamento nos anos 80!

Também não é desfile de escola de samba: Claro que vai aparecer uma tia ou uma palpiteira de plantão pra dizer: Mas ela está tão apagadinha...Vamos colocar uma roupa mais alegrinha.

É lógico que eu estou apagadinha! Estou MORTA!!! O batom é cor de boca, nada nos olhos, rimmel e só. Não ao blush em defunto! É patético. Defunto não fica corado! O cabelo é preso, para trás. A roupa é preta. To morta, mas não sou fraca. Nunca fui. É Jackie O, é Grace Kelly. Não me venha com menos.

Não se sintam mal por entregar para a terra comer uma roupa da G, um brinco bonito, uma camisa Dior. Mas não me mostrem pra ninguém se eu estiver meia boca.

E nem sonhar com uma blusa azul clarinha!


Sonoplastia


Por favor, chorem baixo.

Don't be loud!!

Retirem discretamente do recinto pessoas que choram alto e dizem frases de efeito durante o choro. Nada de escândalos, eu já não escuto mais! E por favor, óculos escuros é tudo nessa hora.

Não quero homenagens cantadas. É triste e patético. Não existe uma música que combine com a minha morte. Se existir eu aviso. Não quero que cantem nada que eu não gosto só porque está na moda, saiu na Globo, uma tia acha lindo, ou o Daniel regravou (Aff!). NÃO para AMIGOS PARA SEMPRE! NÃO para AMIGO É COISA PRA SE GUARDAR...Ai que horror! NÃO para EU SEI QUE VOU TE AMAR (não quero que ninguém me ame por toda a vida se eu já não estou aí para corresponder). E se alguém se empolgar numa homenagem musical, que seja na versão original, em som mecânico. E dancem!

Deixem um som ambiente, com músicas que eu gosto. Não permitam um silêncio mortal para as pessoas que ainda estão vivas. É cruel.


Direção de arte


Se chover, guarda-chuvas pretos. WOW!

Se não chover, não levem três horas andando e carregando caixão. Meus amigos já vão estar velhinhos e não merecem essa caminhada no sol.

Velas. Sim velas, nunca aquelas lâmpadas em formato de vela que as capelas fornecem. Flores brancas ou vermelhas. Acho que as vermelhas têm mais a cara da vida que eu vivi. Se me mandarem coroas, tentem que as fitas não sejam da cor roxo-hematoma. Ninguém merece! Podem ser vermelhas. Vai ficar com cara de Natal. Eu adoro Natal.


Catering


Por favor, respeito com as pessoas que vão ficar muito tempo nessa lenga lenga de velório. Elas vão estar nervosas, tristes e a cada meia hora vai chegar alguém que vai fazê-las chorar. Então, vale a pena contratar alguém que alimente as pessoas, ponha um pouco de glicose dentro delas para se acalmarem. O café deve estar quente e de preferência não ser servido em copo descartável que é muito bagaceiro. Que pobreza!Talvez um vinhozinho na madrugada (hm... nem quero que isso dure até a madrugada) para esquentar e animar. Piadas de velório são ótimas! Deixem essas pessoas descontraírem um pouco.


Os convidados


É claro que não há lista de convidados, mas há cuidados a serem tomados quanto a eles.

Antes de qualquer coisa, não julgue. Talvez apareça alguém que todos juram que não merece pisar no mesmo solo que eu. Deixem-no entrar, me ver, falar baixinho, mexer em mim. Essa pessoa pode precisar pedir perdão. Pode me devolver alguma coisa. Pode precisar chorar algo que não chorou quando devia. Afastem-se e permitam que ele chore. Mesmo os maiores inimigos. Essa é uma hora de tentar resgatar alguma coisa.

Amigos que ninguém nunca viu: Sim eu os tenho. Muitos. Vários. Não olhem feio pra eles. Vai aparecer a caixa da padaria, a vendedora da lojinha, o motorista do táxi, a diarista, o manobrista, pessoas com quem eu passei a vida sendo simpática e gostam de mim por gostar.


PUBLICITÁRIO EM CURITIBA:


Sim...Esses são os mais complicados. Por exemplo, o meu amigo que escreveu o testamento me disse que vai me passar a mão. HA! SAFADO! Disse que dali pra frente, só a terra vai comer mesmo...Hahahha! Pode acontecer!

Pode acontecer de loucos me beijarem. Pode acontecer!

São os necrófilos do bem. Os que vão querer realizar na minha morte o que não conseguiram em vida. E que engraçado vai ser!

Acho meio complicado. Isso pode irritar algumas pessoas. Então aconselho a contratar alguém para ficar na porta pedindo os dados dos convidados. Nome, RG e profissão. Se for criador e atendimento de agência de propaganda nascido antes de 1980, cuidado! BEIJADOR DE DEFUNTO ALERT!


Discurso


Vamos evitar esse constrangimento...Não quero discurso feito por algum amigo do amigo que fala bem. Nem por alguém que vá sofrer e chorar na hora de falar. Eu sou cara de pau e vaidosa o bastante para escrever meu próprio discurso fúnebre e deixar para alguém ler. Também não quero um padre recitando a mesma coisa que diz em todos as missas de corpo presente. Prefiro que todos rezem juntos o Pai Nosso que é a minha única oração. E fim.

Eu já vou estar mais do que encaminhada nessa hora.


Restos mortais


Por natureza são chamados restos. Ninguém quer ficar com restos. Nem a terra merece. Então, minhas cinzas não devem ser guardadas. Quero que sejam jogadas no Malibu Canyon, sentido sul, na primeira curva onde o Pacífico aparece, em alguma slide area. O lugar onde minha cabeça aprendeu a voar mais longe, meus olhos aprenderam a ver o invisível.


Reencontro


O velório de alguém é sempre um lugar de reencontros surpreendentes. Aproveitem. Se não há o que festejar porque eu morri, festejem os reencontros. Saiam para jantar juntos (Ninguém merece ficar a noite inteira num velório.), bebam por mim, falem bobagem, riam bastante, contem as minhas histórias. Conversem com pessoas que vocês não sabem quem são e tentem descobrir em que momento elas entraram na minha vida. Um velório tem que ser produtivo em algum momento.

Eu não quero hipocrisia! Ninguém fica triste o tempo inteiro, por isso não é feio rir no velório, nem falar alto. O morto já morreu. Não vai acordar! Pelo menos não eu.

Acho que as regras básicas estão aí.

Espero que vocês ajudem a cumpri-las, porque eu não vou mais poder dar essa mãozinha.

Um beijo amigo no seu umbigo.




copiado de um blog na net,


Mercedes Gameiro(retirei do blog dela )


achei interessantissimo e divertido....

sexta-feira, 24 de abril de 2009

♥♥♥♥ Estação das Perdas♥♥♥♥





Há horas em nossa vida que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: As perdas do ser humano.

Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos.

Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe: nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar.

Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair... E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.

Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.

Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres. Assim, se nossa tia às vezes nos parece gorda tememos dizer-lhe isso.

Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos, seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo.

Neste ponto, vivemos em grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos ah! os sonhos!!! Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.

Aí, de repente, caímos na real! Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima (?) dos outros animais? A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado?

E continuamos amadurecendo, ganhamos um carro novo, um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer.

Mas perdemos peso!!! Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tascamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.

De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas (ou nas pernas), ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso. e perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir. perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.

Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.

Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. Que tenhamos rugas e boas lembranças. Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam-se amados.


Afinal, o que é o tempo? Não é nada em relação a nossa grande missão. E que missão! Fique em Paz.


Autor Desconhecido

FAZER AMOR *






Fazer amor é pisar na eternidade.. .


Fazer amor é coisa séria demais...


Não basta um corpo e outro corpo


misturados num desejo insosso


desses que dão feito fome trivial


nascida da gula descuidadaaplacada sem zelo


sem composturas, sem respeito


atendendo exclusivamente a voracidade do apetite.


Fazer amor é percorrer as trilhas da alma


uma alma tateando outra alma


desvendando véus


descobrindo profundezas


penetrando nos escondidos


sem pressa ... com delicadeza.


Porque alma


tem textura de cristal


deve ser tocada nas levezas


apalpada com amaciamentos


até que o corpo descubra


cada uma das suas funções.


Quando a descoberta acontece


é que o ato de amor começa.


As mãos deslizam sobre as curvas


como se tocando nuvens


a boca vai acordando e retirando gostos


provando os sabores


bebendo a seiva que jorradas nascentes escorrendo em dons.


É o côncavo e o convexo em amorosa conjunção.


Fazer amor é Ressurreição!


É nascer de novo!


No abraço que aperta sem sufocamentos


No beijo que cala a sede gritante


Na escalada dos degraus celestiais que levam ao gozo.


Vale chorar


Vale gemer


Vale gritar


porque aí já se chegou ao paraíso


e qualquer som há de sair melódico e afinado


seja grave, agudo, pianinho.


Há de ser sempre


o acorde faltante


quando amantes


iniciam o milagre do encontro.


Corpos se ajustaram


almas matizaram.


Fez-se o Êxtase!


É o instante da Paz


É a escritura da serenidade


E os amantes em assunção pisam eternidades!






Fazer amor* - (Poesia encontrada em um mosteiro)




imagem tirada do google

quinta-feira, 23 de abril de 2009

meu aniversario (20/04)




Ontem foi uma festa...


foi o meu aniversário.. .


Tirei os meus sonhos de dentro do armário...


Fiz do tempo uma mágica...


Pensei no passado e no futuro...


e virei uma página da vida...


Ontem foi o meu dia, tomei alegria...


brindei e brinquei à vontade,


o que vale é felicidade.. .


E comemorei a maravilha de ser alguém especial...


porque ontem ,


comemorei com meus novos e velhos amigos,


amigos reais e virtuais,


amigos de msn,


amigos de orkut


amigos só de telefonemas,


amigos que só dão presentes,


amigos que estão sempre lado a lado


amigos que não se importam


se tem festa ou não,


amigos que lembraram


amigos que esqueceram,


porque sei que eu estava em seu coração


mais um ano de vida


maravilhoso ,


sem igual


ao me deitar soube que cada amigo esteve comigo


um beijo e muito obrigada..




Myrian Benatti




escrito dia 21/04/09

Seu Aniversário


Dizem os orientais que,

Mesmo não gostando,

Devemos festejar nossos

Aniversários para, assim,

Agradecer às entidades espirituais

Que estão a nossa volta

E nos protegem desde o nosso nascimento.


Desta forma, note o número de amigos

Que com você caminham,

Ajudando-a, protegendo-a,

Com uma palavra ou

Prece.


Assim, mesmo que não goste,

Festeje este dia

Numa sincera homenagem

Aos que,

Material ou espiritualmente,

Estão a sua volta.

Feliz Aniversário.



Marcio Kneipp

TODOS OS DIAS, NÃO UM ANO!





Anniversarius,

Um ano!

Muito tempo passado

Para se comemorar.


Diarium

É do dia!

Tempo certo

Para se comemorar.


Acordar e comemorar

Mais um dia, todos os dias,

Dia de festa,

Dia de vida!


Café matinal,

Uma festa!

Adormecer,

Uma dádiva...



Tufic Meokarem

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Despedida do Amor – Martha Medeiros




Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.

A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos. A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida...

Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.

sábado, 18 de abril de 2009

QUANDO MEU ONTEM CHEGAR








Quando meu ontem chegar,
quero que seja recebido
sem mágoas ou ressentimentos
e um sorriso receptivo
signifique que é bem vindo.
Quando meu ontem chegar,
gostaria que tivesse à sua volta
histórias engraçadas, lendas inventadas
e até algumas mentiras tornadas verdadeiras.
Que se esquecessem do cinza
dos aborrecimentos eventuais,
mas lembrassem do azul de uma vida que,
se não colaborou,
pelo menos tentou passar
o mais despercebidamente possível.
Quando meu ontem chegar,
que ainda exista a mangueira no quintal da infância,
responsável pela sombra protetora de tantos sonhos
inconseqüentes nos momentos ali vividos.
Quando meu ontem chegar,
para a curiosidade despertada em nova geração
pelo retrato encontrado no fundo de uma gaveta,
diga-se ter sido alguém
não responsável por grandes feitos
além de ter vivido e tentado cumprir
sem sucesso,
com a missão que lhe fora destinada,
até que seu ontem chegasse...


Marcio Kneipp

sábado, 11 de abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Minha lista de blogs

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PARA ONDE VOU?


Pra onde vou?
não sei
e por que as pessoas precisam saber
para onde vão?
eu vou pra qualquer lugar
vou por aí,onde quer que haja uma flor,uma estrela,um pedaço de nuvem..
onde quer que haja alguém
que saiba ler dentro de mim
que não saiba de onde vim
nem me faça perguntas... para onde vou?
vou pra qualquer lugar
onde haja sorrisos
e lagos serenos
campos de alfazema
beiras de narcisos...
se queres vir comigosó te peço silêncio
não espante as borboletas do caminho
e não perguntes nunca
para onde estou indo...


MARIZA ALENCASTRO

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Colorado, Paraná, Brazil
Sou poesia,sou procura, sou ilusão.