sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Senhor Meu Deus


Senhor Meu Deus, não permita que a raiva do outro me contagie.
Senhor ensine-me a ter discernimento em meus atos e palavras.
Meu Deus permita que as lágrimas que eu derrame não sejam apenas de tristeza, mas também de alegrias.
Senhor Meu Deus, permita que meus olhos enxerguem além da visão borrada da desesperança e que eu possa ter braços para estender ao irmão necessitado.
Senhor Meu Deus, permita que meus pés aprendam que na caminhada embora tenha pedregulhos tem muitos caminhos guiados por ti, não deixe que eu esmoreça.
Senhor ensine-me a não ter pré- conceito de algo que eu ainda não entendo.
Senhor me guie na sua fé e permita-me a seguir seus passos.
Senhor mostre apenas a sua luz.




Myrian

domingo, 20 de dezembro de 2009

TODO DIA É UM DIA


Olá amigo, faz um tempo que me esqueci de escrever pra ti, não é por pouco caso, nem por que você não me responde nunca, é porque eu perdi o it, o inicio. Quantas vezes sentei-me aqui e pensei, é hoje que escreverei longas linhas, mas talvez as linhas nem chegue a serem escritas, outras vezes foram apagadas mesmo antes de eu ler para corrigi-las.
Outro dia li algo sobre construir sobrados, e decidi que este ano irei reconstruir meus sobrados destruídos por mim nestes anos.
Meu lema este ano será “todo dia é um dia”, cada dia será o primeiro tijolo, ele fará o alicerce desta casa, deste local que é a minha estrutura emocional.
Este ano foi um ano de espera, você meu amigo sabe do que eu estou falando, neste ano fiquei esperando por migalhas que não vieram. Não vieram, mas me consumiram o pouco que me sobrou.
Você meu amigo sabe quantas vezes eu sentei nos escombros e chorei.
Chorei até perceber que só restou um vazio.
As ilusões que alimentei durante tanto tempo, o que eu pensei que era real o que eu pensei que existia nada mais era do que fumaça vinda de alguma janela.
Até pra escrever está difícil, estou triste não por causa de derrubar sobrados e reconstruir, mas por não conseguir escrever mais.
Estou numa fase sombria da escrita, preciso escrever, sentir os dedos no papel, colocar meus sentimentos na folha, mas, quando penso é como se algo fechasse dentro e não quisesse sair.
Bom amigo hoje é só, nem foi uma carta, foi mais um bilhete pra você saber que ainda estou viva.


Myrian

sábado, 5 de dezembro de 2009

Fragmentos




Chorei algumas primaveras por amor, logo descobri que era mais fácil escrever do que chorar.
Como Carlos Drummond dizia que antes de escrever os poemas é preciso conviver com eles, acho que foi sempre assim comigo, a maioria do que escrevo são sentimentos vividos e sentidos.
A estação do ano (outono) sempre me deixou melancólica, o vento que batia em meu rosto, as árvores que deixavam cair suas pétalas maduras, amareladas, como uma manta no chão entrava em meu mundo como uma tela a ser pintada, uma tela de esperança, não de solidão.
O outono ficou para sempre como uma estação de transformação ou de mudança de estado (re) como se essa palavra (re) permitisse nascerem sentimentos.
Reencontro
Renascimento
Reatar
Redescobrir
Nasci no outono. Nasci literalmente.
Em outros tempos o outono era uma estação que aos meados de abril mostrava os primeiros ventos refrescantes não muito frios. Gostava de sentir esse vento em meu rosto antes de ir à escola, não era ainda um vento gélido como no inverno.
Tudo isso, hoje me leva ao passado.
Outro dia conversando com minha filha que pela primeira vez está sofrendo por amor, eu disse a ela pra não derrubar tantas lágrimas, pra escrever sobre isso que ela está sentindo, disse também que nunca chorei por amor da forma que ela está sofrendo.
Talvez eu tenha me esquecido, os anos passaram tão depressa.
Talvez os amores se perdessem com o tempo.
Talvez eu nunca tenha amado ninguém mesmo, amado no sentido de perder, assim então nunca perdi ninguém.
Já chorei porque perdi amizades.
Uma vez há alguns anos trinquei sentimentos com uma amiga, uma amiga irmã. Ao fazermos as pazes senti-me como alguém que cola uma xícara de porcelana, a marca fica sempre ali. Mas com o passar do tempo nem percebia mais onde estava colado, sabia que era uma xícara mais frágil e precisava de cuidado.
Ainda somos muito amigas, embora more tão longe, ela ainda é minha melhor amiga.
Outro dia tive uma dor profunda, daquelas que dói o peito, que deixa a gente amuada pelos cantos, que faz seu coração se tornar outono.
Perdi um amigo
Perdi um elo
Perdi o elo do meu mundo com o mundo dele, foi tão fragmentado que não houve resgate, não houve a possibilidade da cola, não foi possível um reencontro.


Foi uma perda incomensurável.






Myrian Benatti

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PARA ONDE VOU?


Pra onde vou?
não sei
e por que as pessoas precisam saber
para onde vão?
eu vou pra qualquer lugar
vou por aí,onde quer que haja uma flor,uma estrela,um pedaço de nuvem..
onde quer que haja alguém
que saiba ler dentro de mim
que não saiba de onde vim
nem me faça perguntas... para onde vou?
vou pra qualquer lugar
onde haja sorrisos
e lagos serenos
campos de alfazema
beiras de narcisos...
se queres vir comigosó te peço silêncio
não espante as borboletas do caminho
e não perguntes nunca
para onde estou indo...


MARIZA ALENCASTRO

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Colorado, Paraná, Brazil
Sou poesia,sou procura, sou ilusão.